O advogado Pedro Cassimiro Queiroz, de 40 anos, conhecido por denunciar abusos no sistema prisional, foi assassinado a tiros na manhã de segunda-feira, 28 de maio, nas proximidades do Fórum de Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O crime ocorreu enquanto ele se dirigia a um restaurante próximo ao seu escritório para almoçar. O suspeito ainda não foi identificado.
Segundo a advogada Cristina Paiva, conselheira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – subseção de Ibirité e presidente da Comissão dos Direitos Humanos da OAB local, Pedro Cassimiro vinha denunciando práticas de tortura e maus-tratos contra presidiários, além de impedimentos de visitas de familiares aos presos. “Essas eram as lutas do doutor Pedro Cassimiro Queiroz”, afirmou Cristina, destacando o seu papel como defensor dos direitos humanos.
Cristina relatou que Pedro havia feito diversas denúncias de maus-tratos em vários presídios e frequentemente levava esses casos aos juízes das Varas de Execução Penal, não apenas em Ibirité, mas também em outras cidades. Ela ressaltou que Pedro era um membro ativo da OAB e que não tinha problemas com clientes ou conhecimento de possíveis ameaças contra ele. A OAB se prontificou a colaborar com a Polícia Civil nas investigações.
A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o homicídio. O delegado Wellington Martins Faria informou que ainda é cedo para identificar suspeitos ou definir uma linha de investigação. “A divulgação prematura desses dados pode prejudicar as informações”, explicou o delegado.
O corpo de Pedro Cassimiro foi velado na terça-feira, 28 de maio. O Estado de Minas entrou em contato com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) para obter mais informações sobre as denúncias feitas por Pedro, mas ainda não recebeu resposta.
