Um pai de santo de 59 anos foi condenado a 26 anos e 10 meses de prisão por estuprar sua enteada de 15 anos durante um falso ritual em um terreiro de Candomblé no bairro Jaqueline, região Norte de Belo Horizonte. A sentença, definida pela Justiça mineira, considerou o crime como estupro de vulnerável, agravado pelo fato da vítima ser da família e pelo uso de grave ameaça.
Além do caso dessa enteada, o homem também é investigado por estupros de pelo menos outras duas enteadas, ambas de 18 anos, cujos processos ainda estão em andamento. Segundo a sentença, os abusos contra a enteada ocorreram repetidamente ao longo de nove anos, desde 2014 até 2023, começando quando a menina tinha apenas sete anos. A denúncia foi feita pela vítima aos 15 anos, em abril do ano passado.
Além da pena de prisão, o pai de santo foi ordenado pela Justiça a indenizar a vítima em R$ 2 mil por danos morais. O homem está detido desde 5 de abril do ano passado, quando foi localizado em uma operação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).
Esse caso, que envolveu abusos cometidos durante um falso ritual, despertou indignação e evidencia a necessidade de proteção contra abusos em contextos religiosos, ressaltando que tais práticas não refletem os verdadeiros princípios das religiões de matriz africana, como enfatizado por pessoas ligadas ao terreiro envolvido.