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Policiais denunciam baixos salários e falta de estrutura para combater facções em Minas Gerais  

Um levantamento da Federação Nacional de Praças (Anaspra) aponta que Minas Gerais ocupa a 17ª posição em termos de salários para soldados.

Enquanto facções criminosas de fora do Estado, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), ganham terreno em Minas Gerais, policiais, prefeitos e representantes das forças de segurança expõem a precariedade que compromete o combate à criminalidade. Os relatos apontam para um cenário de desvalorização, com salários iniciais de R$ 5.097 e ganhos líquidos em torno de R$ 4 mil, deixando os policiais desmotivados e sobrecarregados.

Além dos baixos salários, a falta de estrutura adequada para o trabalho se reflete em viaturas paradas por falta de efetivo. Em entrevista sob anonimato, um policial revelou: “Temos viaturas, mas muitas estão paradas no pátio por falta de policiais. Isso prejudica nossas ações contra o tráfico de drogas, por exemplo”. Os números revelam uma queda significativa no efetivo policial, com a Polícia Militar passando de 45 mil homens para 37 mil e a Polícia Civil de 17 mil para 10,5 mil.

O presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros de Minas Gerais (Aspra), subtenente Heder Martins de Oliveira, atribui a queda no número de policiais à falta de atratividade da carreira, devido aos baixos salários. Um levantamento da Federação Nacional de Praças (Anaspra) aponta que Minas Gerais ocupa a 17ª posição em termos de salários para soldados.

Os policiais destacam que a situação é preocupante, com muitos deles precisando recorrer a “bicos” para complementar a renda. “Nosso poder de compra está diminuindo. O salário não acompanha a inflação. Não é fácil”, afirma outro policial que preferiu não se identificar.

A desmotivação dos policiais é evidenciada também pela pressão do governo para diminuir estatísticas criminais, intensificando a carga sobre os agentes operacionais.

Diante desse cenário, servidores da segurança pública de Minas Gerais realizaram uma manifestação em frente à residência do governador Romeu Zema (Novo), cobrando a recomposição inflacionária prometida pelo governo. O prefeito de Teófilo Otoni e presidente da Frente Mineira de Prefeitos (FMP), Daniel Sucupira (PT), alerta que o aumento da violência tem sobrecarregado as polícias, sem investimentos adequados para o combate eficaz.

O especialista em segurança, Luis Flávio Sapori, ressalta a importância da integração das forças policiais e do Ministério Público Estadual para enfrentar o avanço das facções criminosas. “É necessário potencializar o trabalho de inteligência compartilhada, mesmo diante das condições adversas”, destaca.

 


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