Um relatório de inspeção, destacando “falhas em procedimentos padrões de segurança” e riscos significativos, levou ao fechamento do presídio de Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte. A desativação foi confirmada esta semana pelo governo de Minas Gerais.
A inspeção, realizada em 19 de março, revelou graves falhas no sistema de prevenção de incêndios, colocando a população carcerária em “risco de morte”. O relatório também apontou vulnerabilidades na segurança do perímetro e citou um “risco de morte” devido à presença de materiais combustíveis no local. Em resposta, a Justiça havia suspendido a admissão de novos presos em 14 de maio, e uma nova audiência em 4 de junho determinou a interdição completa do presídio, resultando na transferência dos detentos.
A decisão de desativar a unidade foi tomada pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), embora o número de detentos não tenha sido divulgado. Segundo uma entidade sindical, o presídio abrigava 160 presos, e 49 policiais penais foram remanejados.
Tentativa de fuga e preocupações da comunidade
Em 19 de março, uma tentativa de fuga envolvendo 18 detentos, que escavaram um túnel a partir de um centro religioso vizinho, foi frustrada pelos policiais penais. A tentativa de fuga e a proximidade do presídio com áreas comerciais geravam insegurança entre moradores e comerciantes locais.
Josimar Duarte, dono de uma oficina em frente ao presídio, relatou que a presença da unidade prejudicava o comércio e a segurança. “Era um problema para todos nós. Agora estamos mais tranquilos”, disse ele.
O sociólogo e especialista em segurança pública Luiz Flávio Sapori defendeu que presídios devem ser afastados de áreas urbanas por segurança da comunidade. Ele destacou a necessidade de um planejamento estratégico para construir novas unidades e desativar presídios localizados em perímetros urbanos.
Outro incidente em presídio urbano
Em 25 de junho, sete detentos escaparam de um presídio em Boa Esperança, no Sul de Minas Gerais, após cavarem um buraco na cela. Os fugitivos assaltaram um morador e roubaram um carro, mas foram recapturados posteriormente. Este incidente reforça a urgência de rever a localização e segurança das unidades prisionais no estado.
