Entre janeiro e junho deste ano, o Brasil registrou 35.938 focos de incêndio, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esse número é o mais alto já registrado na série histórica e posiciona o país como o segundo na América do Sul em quantidade de focos, atrás apenas da Venezuela, que teve 38.136.
Os biomas mais atingidos foram a Amazônia e o Cerrado, com 13.489 e 13.229 focos de incêndio, respectivamente. Apesar de uma redução de 50% no desmatamento na Amazônia em 2023, a seca intensificou os incêndios, de acordo com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
O MapBiomas revela que, nas últimas quatro décadas, um quarto do território brasileiro foi afetado por queimadas. O Cerrado e a Amazônia, combinados, representaram cerca de 86% da área queimada. O Cerrado teve 88,5 milhões de hectares queimados, o que corresponde a 44% do total, enquanto a Amazônia perdeu 82,7 milhões de hectares, ou 19,6% do bioma. Juntas, essas áreas atingem quase 171 milhões de hectares, um tamanho quase 39 vezes maior que o estado do Rio de Janeiro.
Atualmente, o Pantanal está enfrentando um aumento nos incêndios. Em junho, o Inpe registrou 2.639 focos no bioma, com uma média de 87 queimadas diárias. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, informou que a Polícia Federal está investigando entre 18 e 19 focos de incêndio no Pantanal para identificar os responsáveis.
