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Tirzepatida, ativo do Mounjaro, reduz mortalidade por insuficiência cardíaca em pacientes com obesidade, aponta estudo

A tirzepatida, o princípio ativo do medicamento Mounjaro, demonstrou potencial para diminuir a mortalidade associada à insuficiência cardíaca em pacientes obesos, conforme um estudo clínico de fase 3 conduzido pela farmacêutica Eli Lilly. O Mounjaro, um fármaco injetável semanalmente, é conhecido por ajudar no controle dos níveis de glicose no sangue e promover a sensação de saciedade.

O estudo revelou que o Mounjaro conseguiu reduzir em 38% o risco de eventos cardiovasculares em comparação com um placebo ao longo de um ano. Além disso, a tirzepatida foi eficaz na diminuição das hospitalizações relacionadas à insuficiência cardíaca e na redução da necessidade de diuréticos orais, que são utilizados no tratamento da condição.

Os participantes do estudo, ao longo de 52 semanas, progrediram gradualmente de uma dose inicial de 2,5 mg para a dose máxima de 15 mg de tirzepatida. Os resultados mostraram melhorias significativas na capacidade de exercícios, uma perda média de 15,7% do peso corporal e uma redução no marcador proteína C-reativa de alta sensibilidade, associado ao risco cardiovascular.

A tirzepatida atua mimetizando dois hormônios intestinais, GLP-1 e GIP, ajudando no controle dos níveis de açúcar no sangue e prolongando a sensação de saciedade. O medicamento foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em setembro de 2023 para o tratamento do diabetes tipo 2, embora ainda não esteja disponível no Brasil para outras indicações.

Contexto da Insuficiência Cardíaca

O estudo incluiu 731 participantes de dez países, incluindo o Brasil, todos com obesidade e insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, uma condição em que a câmara de bombeamento do coração se torna rígida, prejudicando o fluxo sanguíneo. Essa condição pode levar a sintomas como falta de ar, fadiga e inchaço nas extremidades.

Luiz Magno, diretor sênior da área médica da Lilly Brasil, destacou que a taxa de mortalidade para insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada é de 50% cinco anos após o diagnóstico. A condição afeta 64 milhões de pessoas globalmente, com previsões de aumento de mais de 50% até 2030. No Brasil, é a principal causa de hospitalização para pessoas acima de 60 anos.

Bruno Halpern, presidente da Associação Brasileira de Estudos sobre Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), elogiou o estudo por demonstrar que novos tratamentos para obesidade também podem tratar doenças associadas, reforçando a eficácia da tirzepatida além da perda de peso.

Perspectivas Futuras

Nos Estados Unidos, a tirzepatida já é aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) para o tratamento da obesidade. A Eli Lilly submeteu à Anvisa um pedido similar, aguardando a aprovação. Além disso, estudos recentes indicam que a tirzepatida pode também reduzir a gravidade da apneia do sono. A Lilly está trabalhando para incluir esta nova indicação no rótulo do Mounjaro e planeja submeter os resultados ao FDA e a outras agências regulatórias nos próximos meses.


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