O presidente venezuelano Nicolás Maduro fez uma aparição inesperada na televisão, onde revelou seu histórico de conversas no WhatsApp antes de alegadamente desinstalar o aplicativo de seu celular. A medida ocorre após um hackeamento massivo realizado pelo grupo Anonymous, que comprometeu vários sites oficiais do regime.
Durante a transmissão, Maduro exibiu uma série de conversas em seu celular, incluindo bate-papos com figuras proeminentes de seu governo e aliados, como Jorge Arreaza, ex-genro do falecido Hugo Chávez, e Héctor Rodríguez, governador do estado de Miranda. O conteúdo mais chamativo foi uma mensagem recebida de Arreaza sobre uma possível ameaça da gangue criminosa venezuelana Tren de Aragua no estado do Colorado, EUA. Esta informação revela o interesse de Maduro pelos avanços do grupo narcotraficante em território americano e como seus apoiadores continuam a acompanhar as atividades do grupo.
O presidente também mostrou mensagens de outros contatos importantes, incluindo Diosdado Cabello e Freddy Ñañez, antes de afirmar que removeria o WhatsApp de seu dispositivo. Ele justificou sua decisão alegando que o aplicativo estava sendo usado para ameaçar a Venezuela, citando um “ciberataque” orquestrado por países como Colômbia, EUA, Peru e Chile.
Maduro fez um apelo dramático ao público para abandonar o WhatsApp e se transferir para o Telegram e WeChat. Segundo ele, o WhatsApp, que pertence à empresa americana Meta, está sendo explorado por grupos “fascistas” para ameaçar a Venezuela e seus líderes. O ditador também afirmou que a aplicação está sendo usada para atacar a família militar venezuelana e ameaçar aqueles que não apoiam o regime.
A reação de Maduro parece ser uma resposta direta ao hackeamento realizado pelo grupo Anonymous, que revelou informações sobre membros do regime envolvidos em práticas repressivas. O grupo hackeou 25 contas oficiais do governo venezuelano, expondo os crimes e violações dos princípios democráticos cometidos pelo regime.
Além disso, Maduro acusou o WhatsApp de ser usado para manipulação e ameaças e pediu aos venezuelanos que se juntem a ele em uma “retirada voluntária” do aplicativo. Ele concluiu sua declaração com um apelo emocional para que o WhatsApp seja banido da Venezuela, afirmando que o aplicativo é usado por criminosos e afirmando que “os criminosos têm chips colombianos, chilenos, americanos”.
A atitude de Maduro ocorre em um contexto de crescente isolamento internacional e críticas sobre a transparência das recentes eleições na Venezuela, que foram marcadas por alegações de fraude e violações dos direitos democráticos.