Dois incêndios de grandes proporções estão devastando áreas de preservação em Minas Gerais pelo terceiro dia consecutivo. Na Serra do Cipó, na Região Central do estado, o fogo começou no domingo (18) e já consumiu mais de 478 hectares, o equivalente a cerca de 400 campos de futebol. O Parque Nacional da Serra do Cipó foi fechado indefinidamente, e 51 combatentes, incluindo brigadistas, voluntários e o Corpo de Bombeiros, estão trabalhando arduamente para controlar as chamas.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) confirmou que múltiplos focos de incêndio se espalharam ao longo da Serra do Espinhaço, afetando áreas de conservação como a Área de Proteção Ambiental Morro da Pedreira e o Parque Nacional da Serra do Cipó. O combate às chamas conta com o apoio de dois aviões air-tractor e um helicóptero, que lançam água e posicionam os combatentes em locais estratégicos para conter o avanço do fogo.
O Corpo de Bombeiros informou que o principal foco de intervenção está nas comunidades de Serra Morena, Mãe D’Água e Alto Palácio, onde as chamas ameaçam residências e áreas de conservação. O terreno acidentado da serra é um dos maiores desafios enfrentados pelas equipes, tornando o trabalho de combate lento e perigoso.
Devido à gravidade da situação, todas as portarias do parque foram fechadas, e as atividades de visitação estão suspensas até que seja possível controlar os incêndios e garantir a segurança dos visitantes.
Enquanto isso, na Serra da Moeda, entre as cidades de Moeda e Itabirito, o fogo também avança pelo terceiro dia seguido. As chamas já causaram a interdição temporária da BR-040, devido à densa fumaça que se espalhou pela rodovia. Uma força-tarefa formada por 14 militares, 19 brigadistas e dois agentes do Instituto Estadual de Florestas (IEF) está atuando na região para controlar o fogo que ameaça atingir residências.
Nesta quarta-feira (21), um novo sobrevoo será realizado na Serra da Moeda para mapear os focos de incêndio e redefinir as estratégias de combate. O Corpo de Bombeiros também contará com uma nova aeronave para apoiar as operações.
Um posto de comando foi estabelecido na antiga base da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Serra da Moeda, com heliponto e hidrantes para captação de água. As equipes estão distribuídas em pontos estratégicos, garantindo uma resposta rápida e eficaz às frentes de fogo.
O tempo seco e os ventos fortes agravam as condições nas duas serras, e a previsão de novos incêndios em outras áreas de conservação de Minas Gerais preocupa as autoridades. As operações continuam ininterruptamente, mas ainda não há previsão para a contenção total das chamas.
