O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) condenou 14 membros de uma organização criminosa que atuava em Aimorés e tinha ramificações em cidades vizinhas e no Espírito Santo. As penas somam mais de 100 anos de reclusão, conforme decisão recebida na quarta-feira (28).
A denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) foi aceita pela Justiça em outubro de 2019. O MPMG baseou a acusação em provas coletadas por meio de interceptações telefônicas autorizadas, depoimentos de policiais e testemunhas, além de extratos bancários e documentos. Três fases da operação Katharsis, realizadas em 2019, 2022 e 2023, levaram à apreensão de drogas, armas, munições, telefones celulares, dinheiro e radiocomunicadores.
De acordo com a sentença, a organização criminosa era liderada por dois homens que gerenciavam as finanças, coordenavam as execuções e intimidações, e monitoravam a presença policial. Mesmo durante a prisão preventiva, esses líderes mantinham controle sobre as atividades do grupo.
Os outros 12 condenados desempenhavam diversas funções, incluindo depósitos bancários, escolta armada, liderança durante a prisão dos chefes, e transporte e venda de drogas. A facção tinha prática de intimidar a vizinhança com pichações e havia indícios de espancamentos e assassinatos ordenados pelos líderes.
Além dos 14 condenados, outros quatro homens e cinco mulheres terão seus processos desmembrados e serão julgados separadamente. Um último investigado faleceu antes do julgamento.
A organização também aliciava adolescentes para atividades relacionadas à venda de drogas e monitoramento de ações policiais. A condenação reflete a gravidade das operações ilícitas realizadas pelo grupo e a atuação coordenada em diversas frentes do crime organizado.
