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Chuva isolada em Brumadinho não altera cenário de seca e calor intenso em BH; ar segue poluído

Uma chuva rápida e isolada em Brumadinho trouxe alívio temporário para os moradores locais nesta sexta-feira (6). O fenômeno, que durou menos de cinco minutos, ocorreu próximo à Serra da Moeda e não foi suficiente para mudar o clima na Grande BH. A capital mineira continua enfrentando uma severa onda de calor, somada a um período de seca que já se estende por 140 dias.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a precipitação em Brumadinho está associada à passagem de uma frente fria no Rio de Janeiro, que deslocou algumas nuvens para Minas Gerais. Contudo, a chuva foi tão breve e de baixa intensidade que sequer foi registrada pelo Inmet. De acordo com o meteorologista Ruibran dos Reis, o episódio não altera o cenário de tempo seco e temperaturas elevadas em Belo Horizonte e região metropolitana.

Calor extremo e seca histórica em BH

A semana foi marcada pelos dois dias mais quentes do ano em Belo Horizonte, com os termômetros atingindo 34,4ºC na terça (3) e na quinta-feira (5). Na sexta (6), a máxima foi um pouco mais baixa, chegando a 32,4ºC, mas o calor e o tempo seco devem persistir durante o fim de semana. A previsão para o sábado (7) e domingo (8) indica temperaturas máximas de 33ºC, com mínimas de 15ºC, o que caracteriza uma grande amplitude térmica.

A umidade do ar é outro fator preocupante. No domingo, os índices podem cair para até 15%, aproximando-se dos níveis registrados no deserto do Saara. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que qualquer valor abaixo de 60% é prejudicial à saúde, especialmente para crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios.

Poluição e qualidade do ar em níveis críticos

A poluição do ar em Belo Horizonte também alcançou níveis alarmantes. Na quarta-feira (4), a plataforma internacional IQAir, que monitora a qualidade do ar em todo o mundo, classificou a capital mineira como uma das cidades com maior poluição atmosférica no planeta. Entre 1h e 6h daquele dia, a qualidade do ar em BH foi comparável à de Pequim, uma das cidades mais poluídas do mundo.

O tempo seco agrava a situação, deixando o ar denso e difícil de respirar. Especialistas recomendam o uso de máscaras para quem tem sensibilidade respiratória, além de cuidados redobrados com a hidratação.

Chuva sem previsão para os próximos dias

Embora a chuva isolada tenha trazido um alívio momentâneo para os moradores de Brumadinho, ela não indica uma mudança no cenário de estiagem que assola a região. A previsão do Inmet e do Centro de Previsão e Estudos Climáticos (Cptec) aponta que não deve chover na Grande BH nos próximos 7 a 10 dias. Segundo meteorologistas, a chuva só deve chegar à capital mineira na segunda quinzena de setembro.

A seca prolongada se deve a bloqueios atmosféricos que impediram o avanço de frentes frias ao longo do inverno. De acordo com a meteorologista Anete Fernandes, essas frentes frias ficaram concentradas no Sudeste, sem alcançar Minas Gerais, o que resultou em um dos maiores períodos de seca já registrados na cidade. O recorde de 198 dias sem chuva, estabelecido em 1961, ainda não foi quebrado, mas Belo Horizonte já vive seu segundo maior período de estiagem da história.

Enquanto isso, os moradores de BH continuam enfrentando altas temperaturas, baixa umidade e a poluição atmosférica, que se tornam cada vez mais difíceis de suportar.


 

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