Uma mulher grávida de oito meses morreu na tarde desta segunda-feira (17) em Caratinga, no Vale do Rio Doce, Minas Gerais, após ser esfaqueada pelo marido e pular de um carro em movimento para tentar se salvar. Ela chegou a passar por uma cesariana de emergência, mas não resistiu aos ferimentos. O bebê nasceu e segue internado na UTI neonatal em estado grave, mas estável.
A Polícia Militar confirmou a morte da vítima e informou que o crime aconteceu durante a madrugada. O marido, suspeito do feminicídio, se entregou à polícia e alegou que atacou a esposa após suspeitar de uma traição.
Vítima pulou de carro para tentar sobreviver
Segundo o boletim de ocorrência, uma viatura da Polícia Militar patrulhava o bairro Santa Zita quando os agentes avistaram um carro preto em alta velocidade. Dentro do veículo, uma policial percebeu que uma mulher, nua e ferida, tentava se jogar para fora pela janela do passageiro.
Logo depois, os policiais testemunharam a vítima pulando do carro em movimento. Ao se aproximarem, constataram que ela estava com múltiplos cortes pelo corpo, sangramento intenso na cabeça e dificuldade para respirar. O Corpo de Bombeiros foi acionado e a mulher foi levada ao Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, onde passou pela cesariana de emergência.
Antes de perder a consciência, a gestante conseguiu relatar aos policiais que havia sido agredida pelo companheiro e que pulou do carro para tentar salvar a própria vida.
Marido confessa crime e alega suposta traição como motivação
Horas após o crime, o suspeito se apresentou voluntariamente a uma delegacia e confessou o ataque. Segundo ele, durante uma relação sexual, a esposa teria admitido que o traiu com o sobrinho dele no fim de semana. Enfurecido, ele pegou uma faca e desferiu vários golpes contra a mulher.
Após perceber a gravidade do ataque, o homem colocou a vítima no carro e passou a dirigir pela cidade, quando ela pulou do veículo em movimento. Ele afirma ter se arrependido e decidiu se entregar.
Na residência do suspeito, a polícia encontrou uma espingarda calibre 32, que foi apreendida e anexada ao inquérito.
Mãe do agressor revela histórico de violência doméstica
Durante as investigações, a mãe do suspeito relatou à polícia que o filho era agressivo e já havia esfaqueado a esposa em outras ocasiões. A vítima chegou a denunciá-lo duas vezes por agressão – uma em abril de 2023 e outra em dezembro do mesmo ano.
Ela contou que acordou durante a madrugada com gritos e, ao verificar o que estava acontecendo, encontrou o filho carregando a esposa e repetindo: “Matei ela! Ela estava me traindo ontem e hoje! Matei ela!”.
O caso foi registrado como feminicídio e está sob investigação da Polícia Civil. O suspeito permanece preso e pode responder por homicídio qualificado, agravado por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima.
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