O deficit nominal do setor público consolidado no Brasil, que inclui União, Estados, municípios e estatais, atingiu R$ 1,111 trilhão no acumulado de 12 meses até agosto de 2024. Esse valor representa o saldo negativo entre receitas e despesas, incluindo os gastos com juros da dívida pública. O rombo ultrapassou R$ 1 trilhão pelo quinto mês consecutivo, embora tenha mostrado uma leve queda de 1,4% em agosto em comparação ao mês anterior, reduzindo R$ 16,18 bilhões.
Os juros da dívida pública são o principal componente desse deficit, somando R$ 855 bilhões no período, o equivalente a 76,9% do total do rombo. Embora os juros tenham caído R$ 14,8 bilhões em relação a julho, essa despesa continua pressionando as contas públicas.
O deficit primário, que exclui o pagamento de juros, também é significativo, somando R$ 256,3 bilhões no mesmo período. Esse valor reflete o saldo negativo entre receitas e despesas correntes. Em agosto, o setor público registrou um deficit primário de R$ 21,4 bilhões, sendo que o governo central foi responsável pela maior parte, com um deficit de R$ 22,3 bilhões, enquanto Estados, municípios e estatais apresentaram superávits modestos.
A dívida bruta do Brasil subiu para 78,6% do PIB em agosto de 2024, o maior nível desde outubro de 2021, atingindo R$ 8,9 trilhões. Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a dívida bruta aumentou 6,9 pontos percentuais, refletindo o impacto dos juros elevados e o crescimento do PIB nominal.
Esses dados refletem a pressão que o setor público enfrenta, especialmente com o pagamento de juros, e a complexidade de ajustar as contas públicas em um cenário de juros elevados e aumento da dívida.