Pacientes enfrentam dificuldade para encontrar insulina em Belo Horizonte

Falta do medicamento gera longas buscas e preocupa especialistas

fevereiro 1, 2025

Pacientes diabéticos de Belo Horizonte estão enfrentando grandes dificuldades para encontrar insulina nas farmácias populares da capital. A escassez do medicamento essencial tem levado muitos a percorrer diversas unidades sem sucesso, tornando o acesso ao tratamento um desafio diário.

O gastroenterologista e nutrólogo Bruno Sander alerta para os riscos da falta de insulina. Segundo ele, a interrupção do tratamento pode levar a um aumento súbito do nível de açúcar no sangue, causando danos neurológicos semelhantes aos de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e, em casos graves, até falência múltipla dos órgãos.

Fornecimento no SUS e resposta do Ministério da Saúde

Diante da indisponibilidade nas farmácias populares, muitos pacientes recorrem ao Sistema Único de Saúde (SUS) para conseguir a medicação. No entanto, o processo pode ser demorado. Ana Carolina precisou agendar uma consulta antes de obter a receita para retirar a insulina no posto de saúde.

O Ministério da Saúde informou que não há falta de insulina na rede pública e que mais de um milhão de unidades foram enviadas para Minas Gerais em dezembro de 2024. A pasta afirmou ainda que o fornecimento será ampliado em 2025, com um orçamento de R$ 1 bilhão para garantir o abastecimento.

Além disso, medidas estratégicas foram adotadas para fortalecer a produção nacional de insulina, incluindo uma parceria entre a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e a Biomm para a fabricação local do medicamento. Também foram antecipadas parcelas contratuais com a farmacêutica Novo Nordisk para evitar novas interrupções no fornecimento.

Apesar das garantias do governo, a realidade dos pacientes segue desafiadora. Enquanto a distribuição não se regulariza, muitos continuam enfrentando uma verdadeira peregrinação em busca de um medicamento essencial para a sobrevivência.