Na última quinta-feira, dia 4 de abril, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deu início à segunda fase da Operação Trem da Alegria, visando combater um esquema criminoso identificado na Prefeitura de Guapé, no Sul de Minas. A operação resultou em duas novas prisões e dois afastamentos determinados pela 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG), além do oferecimento de uma nova denúncia pelo MPMG.
A denúncia, conduzida pela Procuradoria de Justiça Especializada em Ações de Competência Originária Criminal (PCO), pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Varginha, e pela Coordenadoria Regional de Defesa do Patrimônio Público do Sudoeste de Minas Gerais, envolve o prefeito afastado de Guapé, um secretário municipal e um empresário, acusados de dezenas de crimes de falsidade ideológica/uso de documentos falsos e peculato.
Segundo a denúncia, o ex-prefeito, em acordo prévio com um empresário, registrou em nome deste uma gleba rural e, valendo-se do cargo e de documentos falsos quanto à titularidade, facilitou a aprovação para implantação de um empreendimento de luxo, o Portal do Lago. Além disso, utilizou recursos públicos para obras em um imóvel particular, resultando na valorização significativa do terreno.
Diante disso, novas prisões foram decretadas contra o empresário e o prefeito afastado, este último novamente afastado do cargo, assim como o secretário envolvido na denúncia. Todo o empreendimento foi sequestrado pela Justiça.
Vale relembrar que a primeira fase da Operação Trem da Alegria foi deflagrada em 7 de fevereiro deste ano, desarticulando uma organização criminosa envolvida em crimes como corrupção passiva, peculato, lavagem de dinheiro e entrega de veículo a pessoa não habilitada. Na ocasião, seis pessoas foram denunciadas e diversos mandados de busca, apreensão, prisão e afastamento foram cumpridos nas cidades de Guapé e Rio de Janeiro.
As investigações revelaram um amplo esquema de corrupção, envolvendo obtenção de vantagens indevidas por parte do prefeito, ocultação da origem e propriedade de bens por meio de lavagem de dinheiro, e uso indevido de bens públicos em benefício próprio.
As prisões realizadas durante a primeira fase da operação foram mantidas pelo TJMG e pelo Superior Tribunal de Justiça, com as investigações ainda em andamento para apuração completa dos crimes cometidos.