19.1 C
Belo Horizonte
InícioBrasil & MundoMinistério da Saúde sabia de contaminação de órgãos por HIV no RJ...

Ministério da Saúde sabia de contaminação de órgãos por HIV no RJ há um mês, admite Nísia Trindade

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, revelou nesta quarta-feira (16) que o Ministério da Saúde tinha conhecimento da contaminação de pacientes transplantados no Rio de Janeiro por órgãos infectados com HIV desde meados de setembro, mas que, inicialmente, não tomou providências imediatas por falta de evidências concretas. A confirmação ocorre após a denúncia de que ao menos cinco pacientes foram infectados pelo vírus durante procedimentos de transplante.

Na última sexta-feira (11), quando o caso ganhou destaque na imprensa, Nísia explicou que o ministério acionou a Polícia Federal apenas após identificar múltiplos casos e levantar indícios de uma possível ação criminosa. Segundo ela, “somente quando se caracteriza suspeição de possível ação criminosa é que a polícia deve ser acionada. Com o surgimento de novos casos, foi possível iniciar uma investigação mais profunda.”

A primeira notificação formal chegou ao ministério em 14 de setembro, quando um paciente receptor relatou a contaminação. Posteriormente, os órgãos de saúde foram informados de que o doador havia sido retestado, confirmando a infecção. Em resposta, o Ministério da Saúde enviou um ofício à Central de Transplantes do Rio de Janeiro, exigindo medidas cautelares das instituições envolvidas.

No entanto, foi apenas após a revelação de mais cinco casos que a Polícia Federal foi envolvida. O caso foi inicialmente divulgado pela Band e confirmado pela Gazeta do Povo, desencadeando uma série de ações por parte das autoridades sanitárias.

O Ministério da Saúde adotou uma série de medidas para mitigar o impacto e proteger os pacientes afetados. Dentre elas, a suspensão das atividades do laboratório PCS Lab Saleme, responsável pelos testes dos doadores, e a determinação para que o Hemorio, unidade estadual de saúde, assuma a testagem dos doadores no estado.

Em nota, a pasta reforçou seu compromisso com os pacientes e destacou que está oferecendo apoio especializado aos infectados e seus familiares. “O Ministério da Saúde manifesta seu irrestrito apoio aos pacientes e suas famílias, tratando o caso com extrema seriedade e prioridade para garantir a segurança dos transplantados”, destacou a nota oficial.

Além da interdição do laboratório, o ministério ordenou a retestagem de todas as amostras de sangue processadas desde o início do contrato com o PCS Lab Saleme e abriu uma auditoria urgente, conduzida pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DENASUS), para investigar possíveis irregularidades no contrato.

Até o momento, quatro pessoas envolvidas no caso foram presas: Ivanilson Fernandes dos Santos, responsável técnico do laboratório; Walter Vieira, ginecologista e sócio do PCS Lab Saleme; Jacqueline Iris Bacellar, funcionária do laboratório; e Cleber de Oliveira Santos, técnico. A polícia suspeita que a gestão do laboratório tenha reduzido os controles de qualidade dos testes para aumentar os lucros, uma acusação negada pelo PCS Lab Saleme.


Para comentar as reportagens acesse; https://www.facebook.com/BHaovivoNews/ , https://x.com/Bhaovivonews e/ou https://www.threads.net/@bhaovivonews

 

RELACIONADOS