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Estudos revelam diferenças de desempenho entre cotistas e não cotistas nas runiversidades

Desde a implementação do sistema de cotas nas universidades federais brasileiras, em 2003 pela Universidade de Brasília (UnB), o debate sobre o impacto das cotas no desempenho acadêmico dos estudantes tem gerado diversas pesquisas. Em 2012, a Lei das Cotas determinou que 50% das vagas fossem destinadas a negros, pardos, indígenas, estudantes de escolas públicas e de baixa renda. Mais recentemente, em 2023, a lei foi atualizada para incluir alunos com deficiência.

Embora um dos principais argumentos em defesa das cotas seja a inexistência de disparidades de desempenho entre cotistas e não cotistas, estudos recentes apresentam evidências contrárias. Entre 2023 e 2024, várias pesquisas analisaram o desempenho acadêmico de estudantes cotistas em comparação com os que ingressaram por ampla concorrência, revelando algumas diferenças.

Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Um estudo da UFV, publicado em 2023, indicou que os cotistas foram reprovados, em média, em 5,37 disciplinas, enquanto os não cotistas reprovavam em 4,62 matérias. A discrepância foi maior entre cotistas que se autodeclaram negros, pardos ou indígenas, com uma média de 5,99 reprovações. O Coeficiente de Rendimento Acadêmico (CRA) também foi ligeiramente inferior entre os cotistas, com uma média de 52,3, contra 53,7 para os não cotistas.

Universidade Federal de Goiás (UFG)
Na UFG, uma pesquisa mostrou que a “Média Global do Estudante” dos cotistas foi de 7,07, enquanto a dos não cotistas foi de 7,44. A disparidade aumentou ao longo dos anos, com uma diferença de até 0,49 pontos em 2022. O estudo também revelou que cotistas negros, pardos e indígenas apresentaram uma média de 6,98, abaixo dos 7,31 dos não cotistas.

Universidade Estadual Paulista (Unesp)
A pesquisa com estudantes de medicina da Unesp mostrou uma diferença de desempenho menor entre cotistas e não cotistas, com a média dos cotistas sendo 8,31, ligeiramente inferior aos 8,45 dos não cotistas.

Universidade de Brasília (UnB)
Em cursos altamente competitivos como medicina, as disparidades de desempenho entre cotistas e não cotistas são menores, com alguns cotistas superando os não cotistas. No entanto, alunos de escolas públicas de baixa renda e autodeclarados negros, pardos ou indígenas apresentaram um desempenho ligeiramente inferior.

Apesar das diferenças de desempenho observadas em alguns estudos, a defesa do sistema de cotas continua sendo pautada pela importância de promover a inclusão e a diversidade no ensino superior. No entanto, pesquisas como estas alimentam o debate sobre a eficácia das ações afirmativas no contexto acadêmico.

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