Brasília — A presidente nacional do PSOL, Paula Coradi, teve seu visto americano revogado pelo governo dos USAs, em uma decisão comunicada pelo consulado dos Estados Unidos em São Paulo. O caso ocorreu nesta sexta-feira (26/9) e gerou forte repercussão política por parte de Coradi e da sigla.
O que se sabe até o momento
- O consulado americano notificou Paula Coradi na segunda-feira (22/9) de que “obtivera informações” que a tornariam inelegível para entrar no país. Os motivos oficiais ainda não foram esclarecidos.
- Coradi teve três dias úteis para apresentar explicações, o que fez na quinta-feira (25), mas o consulado confirmou o cancelamento do visto nesta sexta.
- O visto anterior havia sido emitido em 2018, com validade de dez anos. Ela solicitou novo visto após extravio do passaporte original. Com o novo documento, viajou a Chicago em agosto para participar de evento internacional com lideranças de esquerda. Um mês depois, foi informada do cancelamento.
Outras autoridades afetadas
Além de Coradi, autoridades do sistema jurídico brasileiro tiveram vistos revogados pelos Estados Unidos em casos recentes. Entre elas:
- Jorge Messias, atual advogado-geral da União
- José Levi, ex-secretário-geral do TSE
- Benedito Gonçalves, ex-ministro do TSE
- Airton Vieira, juiz auxiliar do STF relacionado aos processos do Alexandre de Moraes
Essas medidas fazem parte de uma série de sanções e revogações de vistos que o governo Trump vem decretando em resposta a decisões judiciais e ações políticas no Brasil.
Reações
Paula Coradi classificou a ação como retaliação política, afirmando que a medida mira não só a ela como liderança partidária, mas o PSOL como um todo, por sua atuação “em defesa da soberania do Brasil”.
Partidos de oposição apoiaram Coradi, condenando o cancelamento como um abuso diplomático e uma tentativa de intimidar vozes dissidentes no cenário político nacional.
Contexto diplomático
As revogações de vistos e sanções de autoridades brasileiras se inserem em um momento de tensão política entre Brasil e os Estados Unidos. Elas coincidem com acusações de parte do governo Trump de que o sistema judiciário brasileiro tem promovido processos que suprimiam liberdade de expressão ou perseguiam conservadores. Por outro lado, autoridades no Brasil dizem que essas medidas violam princípios de soberania e independência institucional.
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