A disputa entre o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou mais um capítulo nesta quinta-feira (23). Os dois trocaram farpas nas redes sociais sobre o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que prevê a renegociação da dívida de Minas Gerais com a União.
Tudo começou na quarta-feira (22), quando Lula, durante um evento em Minas, criticou Zema e afirmou que o governador deveria agradecer ao governo federal pela possibilidade de renegociar a dívida do estado, estimada em R$ 165 bilhões. O presidente chegou a comparar a medida com um perdão divino, dizendo que “talvez só Jesus Cristo fizesse se ele concorresse à Presidência da República deste país”.
Zema não se calou e rebateu as críticas do presidente nas redes sociais. Em sua publicação, o governador comparou a proposta de renegociação feita pelo governo federal a juros abusivos, afirmando que “Jesus Cristo perdoaria todas as dívidas e jamais cobraria juros abusivos de quem ajuda a construir o Brasil”. Zema também manifestou sua esperança de que os deputados federais derrubassem os vetos impostos por Lula ao programa.
Entenda o Propag
O Propag, sancionado com vetos pelo presidente Lula, oferece aos estados a possibilidade de renegociar suas dívidas com a União, com condições mais vantajosas como:
- Desconto nos juros
- Pagamento em até 30 anos
- Possibilidade de amortização antecipada
- Transferência de ativos para a União como forma de pagamento
Em contrapartida, os estados que aderirem ao programa terão que cumprir metas de investimento em áreas como educação, saúde e infraestrutura.
A disputa política
A troca de farpas entre Zema e Lula evidencia a disputa política entre os dois. O governador de Minas Gerais, do Novo, tem sido um crítico ferrenho do governo federal, enquanto Lula busca consolidar sua base de apoio no estado.
A renegociação da dívida mineira é um tema sensível para ambos os lados. Para o governo federal, a medida representa um alívio para os estados e uma oportunidade de renegociar dívidas históricas. Já para os governadores, como Zema, a renegociação é vista como uma necessidade para garantir a sustentabilidade das finanças estaduais.
O futuro da negociação
A disputa entre Zema e Lula levanta dúvidas sobre o futuro da negociação da dívida mineira. A derrubada dos vetos impostos por Lula ao Propag dependerá da atuação dos deputados federais. Caso os vetos sejam mantidos, o governo de Minas Gerais terá que buscar outras alternativas para renegociar sua dívida com a União.
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