A Polícia Civil está desvendando o mistério dos roubos de joias, relógios e dinheiro em residências de alto padrão e condomínios de Belo Horizonte. Dois suspeitos, ambos paulistas com 22 e 38 anos de idade, foram identificados. Em três desses roubos, o prejuízo superou a marca de R$ 1 milhão, e parte do que foi roubado já foi recuperado.
De acordo com os delegados Felipe Freitas, chefe do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), e Gustavo Barletta, da 1ª Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), os criminosos são especialistas em invadir condomínios de alto padrão e aproveitam-se de distrações dos porteiros e moradores para invadir os apartamentos.
Em um desses incidentes, ocorrido em 3 de dezembro do ano passado, no Bairro Sion, o ladrão mais jovem se infiltrou em um prédio durante uma festa, enquanto o outro permanecia no carro aguardando a fuga. “O criminoso aproveitou-se da chegada de uma família ao prédio, convencendo o porteiro de que era um convidado. Em seguida, dirigiu-se diretamente ao apartamento e roubou uma coleção de relógios, joias e dinheiro, totalizando um prejuízo de R$ 800 mil”, explicou o delegado Barletta.
No dia anterior, os suspeitos cometeram outro roubo em um apartamento no Bairro Anchieta. Os proprietários surpreenderam o ladrão dentro de casa, resultando em uma agressão à mulher de 70 anos e ameaças ao marido com uma espingarda de ar comprimido antes da fuga.
Em novembro, um terceiro roubo foi registrado no bairro de Lourdes, onde foram levadas sete armas, joias, um relógio e dinheiro, embora o valor total do prejuízo não tenha sido estimado.
A identificação dos ladrões foi possível graças a imagens gravadas em um dos prédios. Com o auxílio da polícia de São Paulo, os suspeitos foram localizados em quitinetes nos bairros Liberdade e Aclimação, na Região Central de São Paulo, onde foram recuperados itens roubados, incluindo um relógio Rolex avaliado em R$ 70 mil, além das ferramentas utilizadas nos roubos.
Segundo o delegado Barletta, os criminosos também atuam em outros estados, como Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Ceará e Rio Grande do Sul, e costumam alugar carros para as viagens ou adquirir veículos com problemas na documentação. Eles também se especializaram em usar a internet para obter dados das vítimas e enganar moradores dos prédios, conseguindo acesso às áreas restritas dos condomínios.