A Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (FEDERARROZ), que representa os produtores de arroz responsáveis por cerca de 70% do cereal produzido no Brasil, emitiu uma nota expressando repúdio às ações do Governo Federal no que se refere à política agrícola para o setor.
Segundo a entidade, mesmo após as enchentes de maio e junho de 2024, o Brasil encerra o ano com estoques suficientes para garantir a segurança alimentar da população. Além disso, o preço do arroz no mercado se mantém entre R$ 5,00 e R$ 7,00 por quilo, dependendo da qualidade, desmentindo as alegações do governo de risco de desabastecimento.
A FEDERARROZ criticou a tentativa do governo de gastar R$ 7 bilhões na importação de arroz durante as enchentes, o que foi barrado graças à mobilização da sociedade civil, imprensa e políticos. A entidade classificou a medida como “populista” e apontou que ela contribuiu para a valorização do dólar e o aumento dos custos de vida.
Outras ações governamentais, como os Leilões de Contratos de Opção e a Portaria Interministerial MDA/MDS nº 15/2024, também foram alvo de críticas. A federação afirma que essas iniciativas, apresentadas como parte da Política Agrícola, foram elaboradas sem consultar o setor e contêm irregularidades.
A Portaria que institui o programa “Arroz da Gente” foi destacada pela FEDERARROZ como um exemplo de usurpação de atribuições do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e como um desvio de foco das reais necessidades dos produtores, especialmente os agricultores familiares do Rio Grande do Sul que enfrentaram perdas significativas devido às cheias.
A federação alerta para a ausência de medidas de apoio efetivas, como o Seguro Agrícola, que poderia mitigar os impactos sobre cerca de 30 mil hectares de arroz que permanecem sem plantio na Depressão Central gaúcha. A nota reforça a necessidade de ações técnicas e planejadas para garantir a sustentabilidade da produção nacional de arroz.
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