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Três livros para não esquecer o Holocausto e o antissemitismo

Por Leila Krüger

Estamos vivendo uma onda de recrudescimento de antissemitismo no Brasil e no mundo. Isso em meio à guerra entre Israel e o grupo terrorista islâmico radical – como é reconhecido em vários países – Hamas. Muitas vozes se erguem, conflitantes, audazes, belicosas. Muitos têm se mostrado pró-Hamas, como parte da Esquerda do Brasil e dos Estados Unidos, onde vemos protestos públicos a favor dessa organização criminosa, e ainda contra Israel e judeus.

Um dos casos mais notórios e recentes é o da sueca Greta Thunberg e do brasileiro Thiago Ávila. A menina-militante nos parece ter se esquecido da Amazônia, ainda que o Pulmão do Mundo esteja na UTI mediante o tráfico desenfreado de minérios, genocídio de povos indígenas, incêndios criminosos e o fenômeno do aquecimento global. Já Thiago é conhecido por seus atos antissemitas e pró-Hamas, e não são de agora. Ambos de fato conseguiram holofotes, quando retidos em terras israelenses em uma pequena embarcação, supostamente levando ajuda humanitária.

A despeito deles e de outros enfurecidos juízes de Israel e judeus, temos manifestações em defesa dos judeus e da soberania do Estado de Israel, instituído no pós-guerra em 1948, após o Holocausto que matou entre 4 e 6 milhões desse povo. Eu sou uma dessas vozes condoreiras, porque não defendo terrorismo e porque tenho uma ideia – vaga, como apenas pode ter alguém que não foi prisioneiro em um infernal campo de concentração – do que foi o Holocausto.

E por isso sei que não podemos esquecer o horror que foi o Holocausto e que ecoará para sempre.

Além dos descendentes de Jesus Cristo e dos apóstolos, outras minorias consideradas racialmente inferiores aos povos germânicos por Hitler e Himmler (seu braço-direito) foram assassinadas de várias formas, sendo a principal o sistema de gaseamento “prático” desenvolvido por Rudolf Höss (li sua biografia, digamos, “romanceada”, por Robert Merle). Assim pereceram ciganos, homossexuais, inimigos políticos (de Direita e de Esquerda) do nazismo e de Hitler, religiosos, notadamente cristãos católicos e mórmons e povos eslavos. Pereceram, ainda, muitos daqueles que, heroicamente, tentaram livrar judeus do matadouro. Outros, felizmente, ficaram para contar história e até virar filme, como em A lista de Schindler. São muitos. A maioria deles anônimos, só a Providência os viu.

Pois em 2025 tirei alguns meses para ler mais e mais obras sobre o Holocausto e a II Guerra, de diferentes pontos de vista: nazistas, sobreviventes do Holocausto, os Aliados da II Guerra, judeus que não foram vitimados diretamente. E gostaria de indicar três obras marcantes para não esquecer o Holocausto e a dívida histórica dos judeus – senão a maior da História, provavelmente a mais sádica e aterradora. Hitler iludiu uma nação inteira, e boa parte do mundo, e até a si mesmo, para tratar pessoas como “unidades” a serem exterminadas, em um delírio do “III Reich de mil anos”. Muitas vezes as pessoas sucumbiam aos poucos, antes do “gás” ou do tiro de misericórdia, em trabalhos exaustivos nos campos infernais para a indústria de guerra alemã.

Um aviso de começar minha pequena lista, quero dizer que estas obras me deixaram noites sem conseguir dormir. Fizeram-me chorar. E não é fácil eu chorar, mas injustiças absurdas e inocentes calados, censurados de voz e de vida, me comovem. Então, prepare-se.

Não é fácil voltar aos cerca de mil campos de concentração nazistas – inspirados, em sua gênese, nos gulags do comunismo russo. O mais conhecido deles, que hoje é atração turística (se é que se pode chamá-lo assim), é Auschwitz, anexo a Birkenau – este, o campo da morte “por excelência”. Ali ficavam a grande maioria das câmaras de gás, dos fornos incineradores de corpos e das valas onde os restos deles eram jogados, de modo que, “cientificamente”, ocupassem o menor espaço possível por menos tempo. É de cortar o coração. Mas precisamos fazer isso, ainda mais neste momento histórico: voltar ao Holocausto.

Os fornos de Hitler: A história de uma sobrevivente de Auschwitz

Olga Lengyel

A história real de uma mulher sobrevivente de Auschwitz. Olga escreveu este livro com a leveza de um diário – apesar de nunca ter sido. Nele, ela conta em detalhes como era a vida no campo, mostrando com clareza e simplicidade o horror cometido pelos alemães. Olga Lengyel conta, de forma sincera e aberta, uma das histórias mais horripilantes de todos os tempos. Este relato verdadeiro e documentado é o registro íntimo e diário de uma mulher que sobreviveu ao pesadelo de Auschwitz e Birkenau. Uma experiência relatada de maneira chocante.

Depois de Auschwitz

Eva Schloss

Disponível no Kindle Unlimited

Em seu aniversário de quinze anos, Eva é enviada para Auschwitz. Sua sobrevivência depende da sorte, da sua própria determinação e do amor de sua mãe, Fritzi. Quando Auschwitz é extinto, mãe e filha iniciam a longa jornada de volta para casa. Elas procuram desesperadamente pelo pai e pelo irmão de Eva, de quem haviam se separado. A notícia veio alguns meses depois: tragicamente, os dois foram mortos. Este é um depoimento honesto e doloroso de uma pessoa que sobreviveu ao Holocausto. As lembranças e descrições de Eva são sensíveis e vívidas, e seu relato traz o horror para tão perto quanto poderia estar. Mas também traz a luta de Eva para viver carregando o peso de seu terrível passado, ao mesmo tempo em que inspira e motiva pessoas com sua mensagem de perseverança e de respeito ao próximo – e ainda dá continuidade ao trabalho de seu padrasto Otto, pai de Anne Frank, garantindo que o legado de Anne nunca seja esquecido.

Mengele: A História Completa do Anjo da Morte de Auschwitz 

Gerald L. Posner e John Ware

A clássica biografia sobre o médico mais infame que a humanidade já conheceu. Chefe do serviço médico do campo de concentração de Auschwitz entre 1943 e 1945, Mengele usou prisioneiros como cobaias humanas em experimentos pseudocientíficos, com os quais buscava comprovar suas teses sobre a superioridade da raça ariana. O grande diferencial dessa obra sobre o “Anjo da Morte de Auschwitz” é que o único filho do médico nazista deu aos autores acesso irrestrito a mais de 5 mil páginas de diários, cartas e anotações particulares de seu pai, de 1945 até sua morte, em 1979, em Bertioga, no litoral paulista. Além disso, um dos autores – Gerald Posner – já havia reunido, no início dos anos 80, o maior arquivo particular de documentos e entrevistas sobre o Mengele. Escrito de forma ágil, tal como uma obra de jornalismo investigativo com um toque de novela policial, o livro traz uma narrativa arrebatadora sobre a vida de um dos fugitivos mais procurados da Segunda Guerra Mundial.

Talvez absorver estes e outros livros que nos jogam, realisticamente, o ácido do ódio mais puro e insano na cara, seja ao menos uma justa e mínima homenagem aos milhões de judeus mortos sem piedade e seu sofrimento nas mãos da ditadura. Que nunca mais aconteça outra vez. (Assim mesmo, de forma redundante. Para não esquecer.)

Leia mais: Três livros para não esquecer o Holocausto e o antissemitismo

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