Minas Gerais enfrenta um aumento alarmante dos casos e mortes por febre amarela em 2025. Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) apontam que, entre janeiro e junho deste ano, seis pessoas morreram em decorrência da doença, número 500% maior do que o registrado em todo o ano passado, quando houve apenas um óbito.
Além das mortes, 675 casos suspeitos foram notificados no estado — uma média de quatro novos casos por dia. Desses, 14 já tiveram confirmação laboratorial. O avanço preocupa as autoridades, que atribuem o cenário à baixa cobertura vacinal e à circulação intensa de pessoas entre regiões afetadas, especialmente no Sul de Minas e no Noroeste paulista.
“A baixa cobertura vacinal abre espaço para a circulação do vírus. Estamos observando casos em regiões com grande movimentação de trabalhadores entre Minas e São Paulo, que têm índices preocupantes de imunização”, explica o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi.
Vacinação abaixo da meta
Atualmente, a cobertura vacinal contra febre amarela em Minas Gerais está em 87,58%, abaixo dos 95% recomendados pelo Ministério da Saúde para impedir a circulação do vírus. A situação é ainda mais crítica em municípios pequenos e áreas rurais, onde muitas pessoas não buscaram a vacina.
Todas as seis pessoas que morreram em 2025 não haviam sido vacinadas, segundo Prosdocimi. Ele ressalta que a letalidade da febre amarela pode chegar a 60% em casos graves, mas é praticamente nula em pessoas imunizadas.
“Quem está vacinado dificilmente terá a forma grave da doença. E, se tiver contato com o vírus, pode sequer manifestar sintomas. A vacina é segura, gratuita e está amplamente disponível”, reforça o subsecretário.
Vacimóvel e busca ativa
Para tentar conter o avanço da doença, a SES-MG prepara ações especiais no segundo semestre. Estão previstas buscas ativas por não vacinados, além do uso do “vacimóvel” — vans que levam a imunização até praças, escolas e eventos comunitários. São 252 veículos percorrendo o estado para facilitar o acesso à vacina.
A estratégia busca proteger especialmente o Sul de Minas, onde há mais circulação do vírus devido à proximidade com áreas afetadas em São Paulo.
Ciclo silvestre e preservação dos animais
A febre amarela, no momento, mantém um ciclo predominantemente silvestre em Minas Gerais. O vírus é transmitido por mosquitos que picam macacos ou outros primatas contaminados, podendo depois infectar seres humanos.
“O problema não está nos macacos. Eles são apenas vítimas e indicam a presença do vírus. O risco verdadeiro é a baixa vacinação”, esclarece Prosdocimi.
Viagens não precisam ser canceladas
Apesar do avanço da doença, as autoridades de saúde afirmam que não há necessidade de cancelar viagens para regiões onde há casos, como o interior de São Paulo. A recomendação é manter a vacinação em dia, especialmente para quem se desloca para áreas rurais ou regiões de mata.
“É seguro viajar, desde que as pessoas estejam vacinadas. Inclusive, em muitos países, o certificado da vacina é exigido para entrada no território”, diz Prosdocimi.
Esquema vacinal
Confira como está organizado o calendário de vacinação contra a febre amarela, segundo a SES-MG:
- De 9 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias:
- 1ª dose aos 9 meses
- Reforço aos 4 anos
- A partir de 5 anos:
- Histórico de 2 doses antes dos 5 anos: esquema completo
- Histórico de apenas 1 dose antes dos 5 anos: 1 dose de reforço
- 1 dose recebida a partir dos 5 anos: esquema completo
- Entre 5 e 59 anos, sem histórico vacinal:
- Administrar 1 dose
- Vacinados apenas com dose fracionada (2018):
- 1 dose de reforço com a dose padrão
- Crianças entre 6 e 8 meses:
- Vacina não recomendada, salvo situações especiais avaliadas por médico
- Pessoas a partir de 60 anos:
- Avaliação médica individualizada
A SES-MG reforça que a vacina é a forma mais eficaz de prevenir a febre amarela e evita quadros graves e mortes pela doença.
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