O Banco Central (BC) atualizou sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano de 2024, elevando-a de 1,7% para 1,9%. Essa revisão consta no relatório de inflação divulgado pela instituição nesta quinta-feira (28).
De acordo com o BC, a economia brasileira demonstrou um dinamismo ligeiramente maior do que o inicialmente esperado no início do primeiro trimestre deste ano. No entanto, as estimativas indicam que o setor agropecuário apresentará resultados um pouco menores em comparação com o ano anterior, após um forte crescimento observado em 2023.
Em relação à inflação, o BC projeta que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcance 4,02% em junho, em um período de 12 meses. Apesar da expectativa de uma desaceleração nos próximos meses, prevê-se que os preços continuem a subir acima da meta de inflação de 3%. As projeções apontam uma inflação de 3,5% em 2024, e de 3,2% para os anos de 2025 e 2026.
Roberto Campos Neto, presidente do BC, destacou que nos últimos meses o Brasil tem conseguido controlar a inflação, ainda que essa última parte do processo tenha sido desafiadora. Ele ressaltou que as metas de inflação têm uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
O relatório também observa que o mercado de trabalho aquecido e a redução do desemprego contribuíram para um aumento dos rendimentos reais dos trabalhadores em ritmo superior ao esperado. No entanto, ainda há incertezas sobre como esse cenário pode afetar a inflação.
Quanto à política monetária, Campos Neto indicou que a incerteza sobre os próximos meses dificulta a previsão sobre a continuidade do ritmo de redução da taxa básica de juros nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária. Apesar disso, ressaltou que as dificuldades de previsão abrangem tanto a economia brasileira quanto o cenário internacional.