Com mais de 1,6 milhão de casos de dengue, o Brasil enfrenta um cenário alarmante em 2024, superando o total de casos registrados em todo o ano anterior em menos de três meses. De acordo com dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, o país está enfrentando o segundo maior surto da doença desde o início da série histórica em 2000, ficando atrás apenas do recorde de 2015, quando foram registrados 1.688.688 casos.
O Estado de São Paulo é uma das regiões mais afetadas, e medidas emergenciais foram adotadas pelo Centro de Operações de Emergências (COE) do governo para lidar com a situação. Entre essas medidas, destaca-se a aquisição de 300 mil unidades de repelentes específicos para gestantes, visando proteger cerca de 50 mil mulheres durante o período de emergência em saúde pública recentemente decretado.
O COE estabeleceu o primeiro comitê estadual de investigação de óbitos por arboviroses urbanas, evidenciando a gravidade da situação. A Secretaria de Estado da Saúde anunciou a compra centralizada de medicamentos e insumos para distribuição aos municípios, enquanto o Instituto de Infectologia Emílio Ribas em São Paulo está expandindo sua capacidade de atendimento, abrindo novos leitos para casos graves.
A falta de controle efetivo da doença representa um risco ainda maior para o país, com estimativas de até 4,2 milhões de casos, conforme alertas de órgãos públicos. Em São Paulo, a epidemia não afeta apenas diretamente os pacientes, mas também tem impactos indiretos, como na disponibilidade de sangue para transfusões, como alertado pelo GSH Banco de Sangue de São Paulo.