A revista norte-americana Time lançou luz sobre a controversa ascensão de Alexandre de Moraes ao poder no Brasil, destacando as circunstâncias nebulosas que cercaram a substituição de Teori Zavascki após sua trágica morte em um acidente aéreo em 2017.
Teori Zavascki, antecessor de Moraes, faleceu em um misterioso acidente de avião após autorizar investigações cruciais relacionadas à corrupção política no âmbito da “Operação Lava Jato”. Segundo a Time, o avião em que Zavascki viajava caiu durante um voo de férias para o Rio de Janeiro, pouco após autorizar depoimentos de delação premiada que poderiam comprometer diversas figuras políticas proeminentes, incluindo o então presidente Michel Temer.
Reportagens adicionais, como as do jornal britânico The Guardian, apontaram que Zavascki estava prestes a decidir sobre a admissibilidade de depoimentos cruciais de executivos da Odebrecht, que potencialmente implicariam várias autoridades poderosas do Brasil e de países vizinhos.
Apesar das investigações posteriores não identificarem falhas mecânicas na aeronave, as circunstâncias do acidente levantaram dúvidas significativas. Gravações de voo indicaram que não houve comunicação de problemas antes da queda.
Nesse contexto, Alexandre de Moraes emergiu como o indicado de Michel Temer para substituir Zavascki. Na época, Moraes ocupava o cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública no governo de Temer. Antes de sua nomeação em 2016, Moraes já havia atuado em favor de Temer ao lidar com um caso de hacking envolvendo informações comprometedoras da esposa de Temer.
A publicação sugere que a nomeação de Moraes pode ter sido influenciada por uma suposta “dívida” política de Temer para com ele, após o ministro agir prontamente em seu favor no caso do hacker.
A análise da Time traz à tona questões importantes sobre o sistema judicial brasileiro e a interseção entre política e justiça em um período marcado por investigações sensíveis e eventos de impacto histórico.