A empresa Boreda, uma gigante do setor de embalagens de alumínio, foi alvo de uma operação nesta quarta-feira (9), após ser investigada por sonegar cerca de R$ 90 milhões em ICMS, imposto revertido para políticas públicas. A operação “Héstia”, coordenada pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA-MG), cumpriu nove mandados de busca e apreensão em Contagem, Belo Horizonte e Nova Lima.
O esquema funcionava por meio de empresas de fachada, criadas em nome de “laranjas”, que emitiam documentos fiscais falsos, mas não pagavam os tributos devidos. A investigação, liderada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), aponta que a empresa vinha praticando esses crimes há mais de uma década, mesmo após condenações anteriores por sonegação fiscal.
Durante a operação, foram apreendidos documentos e dinheiro, incluindo notas de R$ 100 enroladas em papel alumínio, principal produto comercializado pela empresa. O promotor Fábio Reis de Nazaré afirmou que o valor sonegado pode ser ainda maior, diante da análise dos documentos recolhidos. Ao todo, 20 empresas e oito pessoas, incluindo o proprietário da Boreda, estão sendo investigadas.
A Boreda não se manifestou oficialmente sobre as acusações até o momento. O esquema de sonegação gerou prejuízos que afetam diretamente serviços públicos essenciais, como a educação e a saúde. A operação contou com a participação da Polícia Civil, Polícia Militar e a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais (SEF-MG).
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