A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (4) a Operação Specula, revelando um sofisticado esquema em que quadrilhas do crime organizado infiltraram a logística dos Correios para transportar drogas e dinheiro em território nacional. A ação expõe vulnerabilidades graves na segurança da estatal responsável pelo sistema postal brasileiro.
De acordo com as investigações, o grupo criminoso conseguiu movimentar 6,2 toneladas de maconha, 108 kg de cocaína e cerca de R$ 1,3 milhão em espécie, utilizando caminhões caracterizados com o logotipo dos Correios. Durante as buscas, a PF encontrou fundos falsos, pneus modificados e até compartimentos secretos (os chamados “radicais”) escondidos em veículos, capazes de mascarar o carregamento ilícito durante fiscalizações nas rodovias.
O modus operandi envolvia o uso de “batedores” — veículos que seguiam à frente da carga ilegal, para alertar sobre bloqueios policiais e evitar apreensões. Segundo a PF, a quadrilha também simulava rotas de entrega postal legítimas, confundindo sistemas de rastreamento e dificultando a detecção das cargas.
Como o crime conseguiu infiltrar a estrutura dos Correios?
A operação escancara um ponto crítico: como uma estrutura pública, com sistemas de segurança internos, pôde ser utilizada para o tráfico em larga escala?
Especialistas em segurança logística explicam que empresas ou estatais que operam em larga escala e com capilaridade nacional — como os Correios — tornam-se alvos atrativos para o crime organizado. Caminhões com a logomarca da estatal trafegam com menos desconfiança pelas estradas, e a alta rotatividade de contratos terceirizados na área de transporte facilita infiltrações, seja através de funcionários cooptados ou do uso de veículos clonados.
Além disso, o volume gigantesco de encomendas dificulta uma fiscalização minuciosa de cada carga, abrindo brechas para esconder entorpecentes, armas ou dinheiro.
Impacto na segurança e reputação
A revelação do esquema ocorre em um momento delicado para os Correios, que atravessam uma crise financeira, com prejuízo acumulado de R$ 2,6 bilhões em 2024. O uso da estatal por organizações criminosas amplia a pressão por medidas mais rígidas de controle e modernização dos processos logísticos.
“É gravíssimo que uma estatal, símbolo de segurança postal, seja usada para tráfico de drogas. O caso exige revisão urgente de protocolos de segurança, rastreamento e auditorias internas,” afirma o especialista em segurança logística Renato Lopes.
A Polícia Federal segue as investigações para identificar outros envolvidos e rastrear possíveis ramificações do esquema em diferentes estados.
Leia mais: Operação Specula revela uso da estrutura dos Correios por quadrilhas para tráfico de drogas e dinheiro- Frio intenso e ar seco marcam a quinta-feira (17) em Minas Gerais; BH amanhece com sensação térmica de 5°C
- STF mantém aumento do IOF, mas revoga cobrança sobre risco sacado
- Toffoli anula todos os atos da Lava Jato contra Alberto Youssef, mas mantém delação premiada
- Vereadores de Itabira sofrem acidente na BR-381 a caminho de BH; caso só veio à tona uma semana depois
- Aluna leva arma de airsoft para escola e colega é ferida no rosto em Brumadinho
Acidente Assassinato Belo Horizonte Betim BR-040 BR-262 BR-365 BR-381 Campeonato Mineiro Contagem Corpo de Bombeiros Crime Divinópolis Governador Valadares Grande BH Ibirité Ipatinga Itabira João Monlevade Juiz de Fora Lula Minas Gerais Montes Claros Nova Lima Patos de Minas Polícia Civil Polícia Federal Polícia Militar Polícia Militar Rodoviária Polícia Rodoviária Federal Previsão do Tempo Ribeirão das Neves Sabará Samu Santa Luzia Sete Lagoas Sul de Minas Gerais Triângulo Mineiro Tráfico Uberaba Uberlândia Vale do Aço Vale do Rio Doce Vespasiano Zona da Mata mineira