O sertão mineiro, com toda sua complexidade humana e literária, ganhou uma nova voz em forma de poesia breve. O escritor, editor e palestrante Paulo Cezar S. Ventura, natural de Minas Gerais, lançou o livro “Haicais de Riobaldo”, uma ousada e sensível releitura do clássico “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa.
Na obra, Ventura transpõe para o formato dos haicais — forma poética tradicional japonesa, de apenas três versos — as inquietações, os dilemas filosóficos e as imagens do sertão vividos por Riobaldo, o icônico jagunço que narra o romance de Rosa.
Uma inspiração que veio de um percurso literário e físico
A ideia do projeto nasceu em 2020, durante uma leitura coletiva do “Grande Sertão: Veredas”, mediada por uma professora ligada a um instituto de pesquisa literária da USP. Grande parte dos participantes da leitura havia realizado o “Caminho do Sertão”, uma caminhada de quase 200 km por regiões de Minas associadas ao trajeto fictício de Riobaldo e Diadorim.
Durante as discussões, Ventura percebeu que o modo de falar de Riobaldo — frases curtas, entrecortadas, carregadas de emoção e filosofia — combinava com a concisão e o lirismo característicos do haicai.
“Foi como se o próprio Riobaldo estivesse pedindo para ser traduzido em haicais”, conta o autor.
A alma sertaneja em três versos
Apesar da estrutura curta, os haicais de Ventura conseguem carregar a essência do sertão profundo. A narrativa, antes extensa e cheia de palavras incomuns, ganha uma nova forma: simples, direta e, ao mesmo tempo, cheia de camadas.
“O desafio foi manter a densidade filosófica do romance, mas de um jeito acessível, sem perder a essência”, explica o escritor. Segundo ele, o trabalho só foi possível com o apoio da professora Cecília Marks, que ajudou o grupo de leitura a destrinchar o vocabulário, as metáforas e o universo filosófico de Rosa.
Um convite para novos leitores
Além de ser uma homenagem, o livro também é um convite à iniciação. Ventura acredita que o “Haicais de Riobaldo” pode funcionar como uma porta de entrada para o clássico brasileiro:
“Muita gente tem medo de começar o ‘Grande Sertão’ por achar a leitura difícil. Os haicais ajudam o leitor a se familiarizar com os temas, os conflitos e até com o tom poético do original. É como se fossem pequenas chaves para abrir o romance”, afirma.
Filosofia, natureza e o eterno dilema humano
Os versos curtos falam de medo, amor, violência, fé, dúvidas existenciais e, claro, da natureza rude e bela do sertão. O olhar de Riobaldo está presente em cada poema, agora ressignificado.
“Não imitei Guimarães Rosa, nem quis fazer algo no estilo dele. Escrevi com minha voz, mas carregando a emoção e os dilemas de Riobaldo”, reforça Ventura.
Impacto e diálogo com a literatura contemporânea
O autor espera que a obra desperte no público o desejo de conhecer (ou revisitar) o romance original e que também provoque uma reflexão sobre a força da literatura brasileira:
“O sertão que Rosa descreveu é o sertão da alma humana. Meu livro é só mais uma trilha para chegar até lá”, finaliza.
📚 Para saber mais sobre o livro ou adquirir um exemplar:
Procure o perfil oficial de Paulo Cezar Ventura nas redes sociais ou acesse as principais livrarias online.
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