Marcelo Rocha Monteiro, procurador de Justiça e especialista em segurança pública, atribui a alta da criminalidade nas favelas do Rio de Janeiro a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, e à TV BandNews, Monteiro afirmou que as restrições impostas pelo STF à atuação policial resultaram em uma onda de sequestros de ônibus, usados como barricadas para impedir a passagem de viaturas em operações.
A decisão do STF, que atendeu a uma ação movida pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), proibiu ações policiais em favelas cariocas “salvo em situações excepcionais”, o que, segundo Monteiro, foi um fator determinante para o aumento do controle territorial por facções criminosas. Ele relatou que, desde essa decisão, o número de favelas dominadas por facções cresceu de 1.400 para mais de 1.700.
Monteiro criticou também a proibição do uso de helicópteros pela polícia, o que, segundo ele, favorece criminosos que utilizam as áreas elevadas das favelas para disparar contra agentes de segurança. O procurador afirmou que as operações policiais caíram 60% após a decisão do STF, enquanto os ataques a viaturas aumentaram em 1.700%.
Segundo Monteiro, a decisão da Suprema Corte, além de impossibilitar a atuação efetiva da polícia nas favelas, gera um sentimento de impunidade entre os criminosos e de desproteção na sociedade. “Os policiais estão receosos de agir e serem presos por combater o crime”, destacou o procurador, referindo-se às dificuldades que a polícia enfrenta para atuar nesses territórios após as restrições do STF.
A crítica do especialista reflete a crescente preocupação sobre o impacto da decisão no aumento da violência e no controle de facções em áreas vulneráveis do Rio de Janeiro.
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