Após uma tentativa sem sucesso de nomear Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda, como presidente da Vale, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva agora busca posicioná-lo em uma cadeira no conselho administrativo da Braskem. Essa movimentação levanta questionamentos sobre a reinserção de figuras políticas em cargos de influência na economia, sem considerar o histórico anterior ou as habilidades específicas para as funções.
A gestão de Mantega no Ministério da Fazenda foi marcada por polêmicas, principalmente relacionadas às políticas econômicas que culminaram na crise durante o governo de Dilma Rousseff. No entanto, Lula parece determinado em “reabilitar” a imagem de Mantega, sugerindo uma indicação que parece mais um gesto de lealdade política do que uma escolha baseada em mérito ou necessidade estratégica.
A informação de que Mantega discutiu seu futuro com altos funcionários do governo, incluindo o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, alimenta a suspeita de favorecimento e decisões duvidosas nos bastidores. Isso se torna mais complexo com a política de “rodízio” do governo, que parece ser uma maneira conveniente de colocar aliados políticos em cargos de influência, sob o pretexto de “renovar” os conselhos das empresas estatais.
As dúvidas sobre a priorização dos interesses nacionais em relação aos compromissos políticos são levantadas pela persistência de Lula em encontrar um cargo para Mantega, apesar da resistência do mercado e das regras de governança corporativa.